Datado provavelmente de há cerca de 4.000. a. C. - início / 3.000 a. c., este recinto megalítico não é propriamente um cromeleque no sentido geométrico da nomenclatura megalítica, tratando-se, provavelmente, de um recinto megalítico de forma quadrangular constituído por 55 menires graníticos de cerca de 1,20 a 1,50 metros, alguns de configuração fálica, outros de forma almendrada, dispostos em torno do um grande menir central de configuração fálica, com uns 4,50 metros de altura e cerca de 7 toneladas de peso, decorado por uma linha vertical de gravuras do tipo "covinhas".
O reconhecimento e identificação em 1969 na Herdade do Xerez de Baixo, do conjunto de menires que integram o Cromeleque do Xerez, fica a dever-se ao falecido Dr. Pires Gonçalves, médico, historiador e arqueólogo de Reguengos de Monsaraz, encontrando-se os mesmos, na altura deslocados pelos trabalhos agrícolas do local original. Pires Gonçalves procedeu a trabalhos de investigação que lhe permitiram localizar o local exacto do menir central, e ensaiar a reconstituição da forma de implantação dos restantes. O monumento seria assim reerguido em 1972 com a forma quadrangular, tal como hoje se encontra, embora com base em critérios pouco explícitos e algo duvidosos, tendo como referência um aglomerado de «covinhas» que decoram a face horizontal de um dos pequenos menires do envolvimento, que o arqueólogo entendeu reproduzirem a planta original. No entanto, do ponto de vista científico, esta reconstituição nunca conseguiu reunir consenso entre diversos especialistas desta área.
Posteriormente à reconstituição deste recinto, foram encontrados na proximidade, a cerca de uns 300 metros para Norte, pequenos menires de granito, todos gravados na base, sendo o conjunto classificado como IIP, pelo Dec. nº 1/86, DR 2 de 03 Janeiro 1986. Mais recentemente e já no quadro das medidas de minimização de impactes decorrentes de Alqueva, a EDIA convidou o Arqº Mário Varela Gomes, para realizar novas escavações no local, que não permitiram contudo, obter resultados inequívocos, no que respeita à determinação da forma original do monumento. No entanto, Varela Gomes, quer por novas observações quer por análise de documentação inédita do próprio Pires Gonçalves, concluiu que a reconstituição em forma quadrangular tinha obedecido a critérios objectivos e cientificamente defensáveis. Por tal motivo e uma vez decidida a transferência do monumento, acabou por ser consensualmente aceite pelas entidades consultadas, que se deveria respeitar a implantação proposta pelo Dr. Pires Gonçalves, até porque ao fim de várias décadas ela passou a fazer parte da paisagem de Monsaraz.
Retirado de: http://historiaaberta.com.sapo.pt/lib/loc001.htm
1 comentário:
pois ... é sempre uma chatice quando as coisas não ficam registadas!
Enviar um comentário